Paraphysornis brasiliensis
Há aproximadamente 22
milhões de anos atrás, uma gigantesca ave carnívora aterrorizava o sudeste
brasileiro. Esse período de tempo compreende o final do Oligoceno e inicio do
Mioceno.
Seus restos fósseis foram
encontrados pelo pesquisador Herculano Alvarenga, entre os anos de 1976 a 1978.
Foi ele quem também estudou e restaurou a ossada do animal, batizando-o de Paraphysornis brasiliensis. O Paraphysornis faz parte da família
Phorusrhacidae, e são conhecidas como “Aves do Terror”, devido a sua aparência
selvagem e assustadora.
Essa imensa ave pesava por
volta de 180 kg, e media mais de 2 metros de altura. Portava um enorme bico
córneo curvado em sua ponta superior, sustentado pelo crânio de 60 cm de
comprimento. Seu tamanho avantajado fornecia uma proteção extra e também
poderia usá-lo como intimidação para roubar a caça de outros animais menores.
Em compensação, seus braços eram atrofiados, e provavelmente não apresentava
nenhuma função aparente. Os ossos da sua perna indicava que esta não era uma
boa corredora, o que lhe impedia de perseguir suas presas por muito tempo. Há
indícios de que ela pudesse desferir golpes com seu bico, curvando o pescoço
para traz e jogando todo seu peso sobre a presa, assim seu bico funcionaria
como um porrete, podendo quebrar sua coluna vertebral ou causar um sério
ferimento no crânio da vitima, imobilizando-a imediatamente. Assim a predadora
poderia se banquetear a vontade. Como todo predador oportunista, ela devia ter
passado grande parte do seu tempo em busca de carcaças, como um urubu gigante
terrestre, a fim de economizar energia ao invés de desperdiça-la numa caçada.
Por incrível que pareça,
essas aves do terror fazem parte da ordem Cariamiformes, onde as seriemas estão
inseridas. As seriemas são encontradas numa faixa territorial que se estende da
Argentina até o nordeste brasileiro, podendo ser vistas em beiras de estradas,
a procura de algum animal que tenha sido atropelado. Essa ordem está no planeta
a mais de 60 milhões de anos, sendo a família das Seriemas, a única vivente até
hoje.
Referências:
Alvarenga,
H.M.F. (1982) Uma gigantesca ave fóssil do cenozóico brasileiro: Physornis
brasiliensis sp. n. Anais da Academia Brasileira de Ciências 54(4):697-712.
Alvarenga, H.M.F. & Höfling,
E. (2003) Systematic revision of the Phorusrhacidae (Aves: Ralliformes). Pap. Avulsos Zool. (São Paulo) 43(4).
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